segunda-feira, 28 de junho de 2010

Dias atrás

Bom dia, estou de volta! Fiz um post a uns dias atrás, antes de tudo acontecer mas esperei pois queria ter a certeza que estava tudo bem. E esperei...aos poucos vou contando toda essa minha história!


Amniocentese

A amniocentese é o teste invasivo mais comum e consiste em recolher uma amostra de liquido amniótico que é analisada em contexto laboratorial.
No laboratório, o liquido recolhido é centrifugado com velocidade para que as células da pele do bebê se juntem numa bolinha (essas células desprenderam-se da pele do bebê e passaram para o líquido amniótico).
Depois, essas mesmas células são estimuladas a crescer numa cultura de tecido, o que requer tempo e muita perícia. Têm de ser conduzidas à fase em que se dividem ativamente para se poder realizar a análise cromossómica.

O pesadelo começou ao fazer uma ultra, além de dizer que o bebê tinha 80% de chances de ser menina, ela disse que a Valentina poderia ter menos tempo por estar pequena, deu 2 semanas a menos, na época se eu não me engano ela estava com 24 semanas e a médica deu 21 semanas pra minha pequenininha, não demos muita importancia, logo tivemos a consulta com a Dr. Elisabeth, como a doutora da ultra achou um possivel probleminha na idade dela, a médica me pediu para na próxima ultra ir a uma clínica especializada em medicina fetal para tirar a dúvida e lá fomos nós...ah e nesse dia também confirmou que era sim uma menininha.

Levamos o Di, a ultra foi feita no Centro Paulista de Medicina Fetal, demorei um pouquinho pra ser atendida, mas logo entramos na sala, eu, Vi e Di, o médico fazia a ultra mudo, não falava nada e nós apenas olhando e olhando, de repente ele me vira e fala:

- Algumas coisas precisam ser ditas, seria bom que o menino se retirasse.

Ai meu Deus, já me tremi toda. O Di acabou saindo da sala e nós ficamos lá, aflitos e a espera de uma notícia.Ele disse que a Valentina não estava se desenvolvendo, que estava com medidas pequenas e que não sabia nem se ela conseguiria se desenvolver. ( imaginem como nós ficamos ? A maneira que ele falou, não ajudou em nada também! )

Pediu para que eu realizasse a tal Amniocentese, pois isso poderia estar associado a alguma síndrome. Saimos de lá completamente atordoados e o coitadinho do Di sem entender nada, mas não passamos isso pra ele né? Falamos que estava tudo bem. No caminho de volta, ficamos mudos, pensativos e eu pelo menos, não via a hora de chegar em casa.

Deixamos o Di e lá fomos nós pra nossa "casinha", desabamos, choramos, porque será que aquilo estaria acontecendo com a gente? Será que ela tinha mesmo algum problema? Será que ela conseguiria pelo menos se desenvolver?

Depois distraimos um pouquinho no supermercado, afinal de contas, eu precisava me alimentar direitinho pra ela crescer, no caminho o nome dela foi escolhinho, sim, Valentina.

Vi:

- Amor, se ela se desenvolver direitinho vou querer que ela se chame Valentina.

O que ele não sabia é que o mesmo pensei, sim, gostaria que minha filha se chamasse Valentina, um nome forte e que quer dizer força, valentia.

Penso eu que ela estava sintonizada com a gente no momento da escolha, que ela ajudou a escolher o nome dela e assim ficou desde então, nossa Valentina.


Apartir dai começei a procurar na internet coisas a respeito desse exame que eu teria que fazer, li muitas coisas, inclusive que a bolsa poderia se romper.

Realizei a amniocentese no dia 12 de maio, pelas 13:00. O meu maridinho acompanhou-me, entramos na sala e começamos a conversar com o Dr. Moron ( indicado pela minha médica), ele me tranquilizou um pouquinho, embora fosse impossível. O Vi entrou na sala em que foi realizado o procedimento também.
Já deitada e sem qualquer anestesia, a enfermeira limpa-me a zona abdominal enquanto o médico realizava uma ecografia para monitorizar qual o melhor local onde inserir a agulha. Eu tremia de medo, tava nervosa, medo de perder a Valentina, medo da bolsa se romper, MEDO.
Ouço a embalagem da seringa a ser aberta e olho. Primeiro, ele me deu uma anestesia local, depois me enfiou uma enorme agulha na barriga e sem exageros, a agulha é muito grande, para que possa alcançar o líquido.
Quando ela espeta a agulha na minha barriguita, o meu coração parece que bate no teto! Devo ter ficado sem ar, nem me lembro de respirar! Aquilo é incomodo, dói, senti uma pressão enorme e o medo então, era maior que tudo.
O tempo que aquela agulha esteve dentro da casinha da Valentina pareceu interminável. Peço a Deus que acabe logo, não quero que a minha filha fique com pouco líquido...espero que ela esteja sossegada...que fique quietinha.

- Ta acabando? ( sem nem olhar )
“Pronto, já acabou, declara o médico". E o Vi estava lá comigo, olhando e me dando força, isso me dá mais segurança.

Se a amostra tivesse nem que fosse um grão de sangue, a amniocentese teria que ser repetida passada uma a duas semanas....
Levanto devagar. Sinto me estranha, com uma angustia enorme. Os meus passos são de algodão, tenho medo que um passo em falso provoque alguma fuga de liquido amniótico.

Saimos de lá e fui tomar vacina, pois meu sangue é negativo e poderia dar algum problema se o sangue do bebê for positivo como o do pai e como furamos a minha bolsa, o meu organismo poderia pensar que fosse uma infecção ou algo do tipo e combater, a vacina doeu também, pode uma coisa dessas ? rs
Fui pra casa da minha avó com medo de ficar sozinha. A recomendação médica é ficar em repouso absoluto durante 48 horas e assim foi, fiquei o mais quietinha possível, a primeira noite foi terrível, quase não dormi, senti uma cóliquinha e fiquei com medo da minha bolsa estourar.

No segundo dia, continuei com cuidado, andando devagarzinho, tomando cuidado ao me levantar e ao deitar, mas me mantendo tranquila.
A espera pelo resultado da amniocentese foi feita a contar todos os dias. Foram duas semanas agonizantes. No dia 4 de Junho, às 18:17, recebo a feliz notícia de que está tudo bem com a Valentina, resultado negativo!Choro de alívio e de gratidão, abraço o Vi, faço dois ou três telefonemas e fico ali toda feliz dividindo esse momento maravilhoso com o Vi, os dois super emocionados.

Foi um momento difícil, dolorido, cheio de medo, mas eu nunca pedi a fé, graças a Deus minha pequenininha está bem, sinto um amor e admiração ainda maiores pela minha Valentina!
O Vi foi simplesmente o melhor namomarido e pai possível :-) Um abraço bem grande nos dois grandes amores da minha vida!


Sexta faço ultra, vou ver a Valentina novamente depois de quase 2 meses, espero que ela esteja maior, mas pelo jeito puxou a mamãe rs


um beijinho em todos vcs


ps: Aos que não sabiam de tudo isso que me aconteceu, peço desculpas, não gostava de ficar falando nisso pra não dar medo na minha baby, e pra não preocupar ninguém. Estava esperando o resultado do exame para ai sim, falar para todos vcs que eu sei que se preocupam comigo e com ela, a única coisa que preciso pedir pra vocês é que entendam e que rezem para que tudo continue dando certo e para que a Valentina venha ao mundo com toda saúde.

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